segunda-feira, 5 de março de 2018

A união da mulher contra o assédio sexual em ônibus coletivo.

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A impunidade contribui para a normalização da violência contra a mulher dentro do transporte coletivo.
       
                Várias mulheres usam o transporte coletivo para se deslocarem de um lugar para outro, e neste deslocamento, usando o ônibus coletivo sofrem assédio sexual, de homens machistas que sabem que não acontecerá nada se houver uma denúncia.
            Diariamente vemos relatos de mulheres, que passam por tal experiência, além do constrangimento muitas não denunciam por saberem que nada irá acontecer ao meliante.
            Segundo pesquisa divulgada pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) em abril de 2014, 26% dos brasileiros concordam com a afirmação de que “mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas”. Uma clara demonstração de que o problema está longe de ser "só uma teoria".
            “A impunidade é algo pedagógico da normalidade. À medida que os casos públicos não são punidos eles legitimam todos os outros”, como o caso do deputado federal Jair Bolsonaro (PP) que foi condecorado com uma medalha em Mato Grosso do Sul mesmo depois de afirmar que não estupraria a deputada federal Maria do Rosário (PT) porque ela “não merece”. “É uma impunidade aplaudida”.
            Uma senhora de 42 anos que diariamente usa o transporte coletivo, relata que no caminho do trabalho foi assediada por um rapaz de 20 anos, após sentar-se na poltrona sentiu algo encostando nela, no inicio achou que seria algo natural do horário de pico quando o ônibus está muito cheio, então resolveu olhar, e viu que o rapaz estava com o pênis fora da roupa e encostado nela.
            No momento sentiu nojo e raiva, começou a xingar o rapaz e pediu para o motorista conduzir o ônibus até a delegacia, o rapaz tentou fugir mas foi impedido por dona Adelaide, ao chegar na delegacia, o rapaz foi ouvido pelo delegado, e foi liberado antes mesmo da senhora Adelaide deixar a delegacia o rapaz já havia sido liberado.
            Dona Adelaide sentiu-se desrespeitada, humilhada e com medo pois tinha a certeza que o encontraria novamente no transporte coletivo, pois ela o usava todos os dias para ir ao trabalho.
            De acordo com Andréa Cirineu, integrante da Marcha Mundial das Mulheres de Mato Grosso do Sul, é justamente o medo que faz com que muitas mulheres deixem de denunciar os assédio sexuais sofridos no transporte coletivo. Para ela além da precarização do transporte e da superlotação, falta uma rede de proteção e profissionais treinados para entender que a culpa nunca é da vítima.
            Para a assistente social Estela Márcia Rondina Scandola, da Escola de Saúde Pública de Mato Grosso do Sul e da Rede Feminista de Saúde, o assédio no transporte coletivo e em qualquer lugar não é um ato isolado.
            “O machismo não é uma ação isolada é uma forma de organização da sociedade em que se estabeleceu que o ser humano tem poder sobre o corpo da mulher. Essa forma de organização se coloca em diferentes âmbitos, inclusive dentro do ônibus” explica. Por trás de cada apalpada “marota”, cantada de rua ou qualquer outra forma de assédio e violência está lé o machismo cristalizado e encoberto.
            Quando se publica uma matéria culpando a mulher pelo assédio sexual ou quando reproduzimos uma música com contexto de desrespeito a mulher, estamos colaborando para a manutenção desse machismo.
            Uma solução para este problema tão grave e vergonhoso é a criação de leis mais duras contra os agressores e uma proteção mais eficaz a favor das vítimas, campanhas e programas de conscientização no transporte público, também é viável no combate a este tipo de agressão.
            O assédio sexual dentro do transporte coletivo pode ser caracterizado como contravenção ou estupro. O enquadramento é feito pela autoridade policial, por isso necessidade de buscar orientação mesmo diante dos casos considerados simples. As denúncias podem ser feitas através do número 180.

            As mulheres devem se unir cada vez mais contra este abuso dentro dos transportes coletivos e os homens que praticam tal ato devem conscientizar-se que as mulheres não são propriedades deles e merecem respeito, e aos demais homens cabe a todos denunciarem e protegerem as mulheres contra esse tipo de ato tão humilhante.

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